Bonarda

A uva Bonarda Piemontesa, tradicionalmente cultivada no Piemonte, na Itália, foi historicamente utilizada para suavizar os taninos intensos da Nebbiolo e adicionar mais fruta aos vinhos da região. No entanto, essa variedade não possui relação com a Bonarda cultivada na Argentina.

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Na verdade, a Bonarda argentina é, geneticamente, a Douce Noire, uma uva originária da região da Saboia, na França. Devido às semelhanças com a Bonarda Piemontesa, chegou-se a acreditar, inclusive na França, que ambas fossem a mesma variedade. No entanto, análises de DNA comprovaram que se tratam de castas distintas.

A Bonarda apresenta cachos médios, densos e bem compactos. Seus bagos têm coloração escura, quase azulada, formato esférico e polpa macia. Antigamente, a uva era usada majoritariamente em cortes, com a finalidade de equilibrar a acidez dos vinhos tintos. Hoje, no entanto, já é possível encontrar rótulos varietais ou bi-varietais, especialmente em combinação com as uvas Malbec e Syrah.

Embora existam alguns poucos hectares de Bonarda cultivados na França e nos Estados Unidos, é na Argentina que a casta encontra seu maior protagonismo, com cerca de 19.000 hectares plantados. Os vinhos argentinos produzidos com Bonarda geralmente são leves, frutados e de fácil apreciação. Alguns produtores, no entanto, optam por colheitas mais tardias e vinhedos de baixa produtividade, resultando em vinhos mais concentrados, profundos e com bom potencial de envelhecimento. Por essas características, a Bonarda argentina surge como uma excelente alternativa à Malbec, oferecendo prazer mais imediato e acessível.

Para melhor aproveitar as características dessa uva, os vinhos elaborados com Bonarda harmonizam bem com pratos moderadamente condimentados ou levemente apimentados, realçando os sabores e singularidades da casta.

Um ótimo exemplo da excelência da Bonarda está no vinho argentino “Tikal Patriota 2012”, produzido por Ernesto Catena. Composto por 60% de Bonarda e 40% de Malbec, o vinho é feito a partir de vinhedos antigos, resultando em um tinto complexo, elegante e com grande concentração. A safra de 2011 desse rótulo recebeu notáveis 92 pontos de Robert Parker, sendo uma opção de excelente custo-benefício para os apreciadores de vinhos tintos de qualidade.

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