Carménère

Somente em 1994, nos vinhedos da Viña Carmen, no Chile, a Carménère foi corretamente identificada pelo ampelógrafo Jean-Michel Boursiquot — especialista em estudar, identificar e classificar variedades de uva.

Desde então, a Carménère tem se destacado na produção de vinhos tintos chilenos expressivos, com boa concentração, intensidade frutada, estrutura marcante e taninos mais presentes do que os encontrados nos vinhos de Merlot. Isso fez com que a Carménère se tornasse uma uva emblemática no cenário vitivinícola chileno. Além do Chile, essa casta também é utilizada em cortes no norte da Itália.

Os vinhos elaborados com Carménère apresentam uma coloração rubi intensa, com reflexos violáceos. São frequentemente vinhos varietais de alta qualidade, que evidenciam os sabores e as características únicas da uva. O nome Carménère está associado à cor de sua casca, de um tom rubi profundo que lembra o carmim.

Para valorizar o sabor e o potencial dos vinhos tintos produzidos com Carménère, a harmonização ideal é com carnes vermelhas magras e assados em geral. No entanto, é importante evitar combiná-los com pratos à base de molho de tomate, que podem mascarar suas nuances.

Embora a Carménère seja visualmente semelhante à Merlot, as duas variedades são distintas em perfil e origem. A Carménère pertence à família dos carmenets, um grupo de castas ligadas ao Cabernet Franc, Fer Servadou e Gros Cabernet.

Um exemplo notável da expressão da Carménère é o vinho “Carmenere 2007 – Magnum” da renomada vinícola italiana Tenuta San Leonardo. Produzido com uvas de um dos vinhedos mais antigos da propriedade, este tinto se destaca por sua riqueza, elegância e notas de frutas silvestres. Reconhecido internacionalmente, recebeu 17 de 20 pontos da crítica Jancis Robinson, que o descreveu como um verdadeiro exemplar da Carménère com raízes em Bordeaux.