Syrah/Shiraz

Já em regiões mais frias, os aromas tendem a lembrar pimenta-do-reino e couro, resultando em vinhos elegantes e complexos.

Com excelente potencial de guarda, os melhores Syrahs podem evoluir por décadas, revelando camadas de sabor ao longo do tempo. Historicamente, essa uva foi utilizada de forma discreta em Bordeaux para conferir mais corpo e estrutura aos vinhos da região.

A origem da Syrah foi alvo de debate até 1998, quando análises de DNA confirmaram que ela surgiu do cruzamento natural entre as variedades Dureza e Mondeuse Blanche, ocorrido há séculos na região alpina do norte do Rhône, na França. Essa área segue sendo referência na produção de Syrah, com rótulos icônicos como Hermitage e Côte-Rôtie — vinhos aristocráticos que exigem anos de envelhecimento para atingir seu auge. Outras denominações do norte do Rhône, como Saint-Joseph e Crozes-Hermitage, oferecem opções mais acessíveis e menos longevas, mas que ainda expressam bem o caráter da uva na região.

Fora da França, a Austrália se destaca como o país que mais popularizou a Syrah, conhecida por lá como Shiraz. Os vinhos australianos, especialmente os de regiões como Barossa Valley, são ricos, frutados e intensos. Embora o sucesso comercial tenha levado à produção de rótulos mais simples e adocicados, os melhores Shiraz australianos ainda figuram entre os grandes vinhos do Novo Mundo.

Hoje, a Syrah é cultivada com excelência em diversas partes do mundo, incluindo Itália, Chile, África do Sul, Estados Unidos e Argentina, demonstrando seu enorme potencial enológico em diferentes terroirs.

Versátil à mesa, os vinhos produzidos com Syrah harmonizam muito bem com carnes de aves, queijos curados e pratos como fondue e suflês, sendo uma excelente escolha para ocasiões especiais e refeições aconchegantes.